“A natureza deles é dentro da gaiola”: notas sobre percepções de mundos possíveis na prática da canaricultura
Resumo
Este artigo analisa parte do material etnográfico coletado durante uma pesquisa sobre as experiências de convivência entre criadores e pássaros no município de São Carlos/SP, onde humanos e não humanos se encontram e se conectam por diversas relações através de um circuito mais alargado denominado de canaricultura: a criação doméstica de canários em cativeiro, em residências urbanas, com o objetivo último de participação em competições. Através da perspectiva antropológica que interroga as relações entre humanos e não humanos, pretende-se uma reflexão a partir dos dados recolhidos em campo, tomando uma categoria nativa específica e desvelando seus desdobramentos e implicações não só nas práticas da canaricultura, mas também em como esses desdobramentos podem sugerir alternativas para o tratamento analítico de certos conceitos utilizados nas ciências sociais. Ouvir que naturezas existiam em gaiolas de arame dentro de casas de concreto implicou, antes, em tomar uma atitude reflexiva do que os criadores entendiam por “natureza” enquanto uma categoria nativa intrínseca ao universo da canaricultura. Por isso, a pergunta que guiará esse texto é: como a “natureza” é concebida para os criadores de canários, e como eles a projetam nos pássaros criados em suas residências urbanas?
PALAVRAS-CHAVE: Antropologia da animalidade; natureza; canaricultura; relação humanos e não humanos; domesticação; pássaros.
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