Um Efeito Ciber Na Antropologia
Resumo
Há duas décadas, a publicação de Welcome to Cyberia, de Arturo Escobaranunciava um desafio para a antropologia - o estudo da cibercultura. Para o autor, ela articulava o campo da tecnossocialidade, compreendido como um processo de construção sociocultural associado às tecnologias da computação e da informação,e o campo da biossocialidade, entendido como um desdobramento da biopolítica, que ganhava novos contornos como uma nova ordem de produção da vida, da natureza e do corpo através de intervenções tecnológicas fundamentadas na biologia (Escobar, 1994). Assim, os tópicos de uma antropologia disposta a compreender as importantes transformações da vida social na virada do milênio deveria incluir o investimento etnográfico nos processos que articulavam campos. O GrupCiber - Grupo de Pesquisas em Ciberantropologia, do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de Santa Catarina, abraçou esse desafio firmando-se como um dos primeiros esforços no Brasil em se inscrever nessa agenda de estudos, ainda em 1996. É a partir de minha inserção nele grupo que eu tratarei daquilo que chamo aqui de efeito ciber na antropologia, que é uma tentativa de situar uma parte muito específica de alguns desafios e desdobramentos do campo da cibercultura desde a publicação do texto seminal de Escobar, no contexto mais particular da antropologia brasileira[1].[1]Esse trabalho foi apresentado originalmente no “Simpósio 65 - Antropología y cibercultura: políticas etnográficas en redes sociotécnicas”, organizado por Theophilos Rifiotis e Arturo Escobar, no IV Congreso Latinoamericano de Antropología, que aconteceu na Cidade do México, entre 07 e 10 de outubro de 2015. Agradeço aos organizadores e aos participantes desse simpósio pelos valorosos comentários e críticas, agora incorporados a essa versão final do texto.
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Publicado
2016-05-07
Edição
Seção
Dossiê
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